Há que enaltecer outro indivíduo, que tomei a liberdade de o denominar de “cabelo armado”, maioritariamente devido á
sua aparecia física, no que concerne há que se encontra do pescoço para cima.
A sua distribuição capilar, na verdade, é
aquilo que sobressai, ou melhor, ofusca,
quando olhamos pela primeira vez para ela.
Não devemos, porém confundir o volume da
sua “peruca” com tamanho cerebral da mesma.
Sendo o seu habitat natural a esplanada da
escola, é possível ouvi-la a cerca de 10 metros do local, quando estamos a
caminhar calmamente em busca da próxima sala de aula, pelo corredor do primeiro
andar.
Isto torna-se ligeiramente incómodo, uma
vez que, para além da poluição sonora causada, esta também é responsável por
muitas rachas no tecto do bar, uma vez que as suas paredes não aguentam os
decibéis elevados da sua voz ou a violência do “baque baque” dos tacões contra
o betão do chão.
Quando ouvi pela primeira vez o seu riso,
pensei que esta se tinha engasgado com a côdea da torrada que estava a ingerir,
e por conseguinte se encontrava de momento a falecer de uma forma dolorosa.
Infelizmente, estava só a expressar a sua
jubilação exacerbada por mais uma piada
pornográfica a fugir para o grotesco.
Considero que a “cabelo armado”, como
escolhi denomina-la, é uma pessoa que para as outras é uma otite. De facto, só
de pensar nela fico com o tímpano rouco.
A única substância favorável a extrair desta
situação é o facto de já não ser necessário chamar o exterminador para expulsar
as baratas do bar, elas saem pelas suas
próprias patas.
Algumas mais infelizes nem chegam a ter a
mesma sorte, falecendo com um ataque
anafilático despoletado, não só pela poluição sonora que se faz sentir, mas
também pela toxicidade do seu perfume, ainda antes de chegarem ao fim do
estrado de madeira.
Agora falemos da sua vitalidade
sexual, com menos experiência que uma
lontra recém nascida, gaba-se de posições obscenas e fetiches vibratórios, que
no seu íntimo deseja intensamente.
Não sei se o desespero de alto nível a vai
levar a algum lado, mas que se esforça, não há dúvida alguma.
Se continuar a este ritmo, talvez, daqui a
uns quatro anos consiga dar uma trancadinha sem ter de a pagar e daqui a dois
anos se amochar o cabelo.
A avaliar pelos seus hábitos sociais
rotineiros, isto ocorrerá na sala de convívio, provavelmente em cima de uma
poltrona que já tenha o seu “fantástico” rabo marcado devido à sua elevada
permanência no local.
Utilizando como ferramenta de comunicação
social o “facebook”, esta promove diariamente a sua imagem e corpo
“divinamente” esculpido, através de fotos e comentários badalhocos, mas de uma
imensidão poética inimaginável, maioritariamente na conta da sua amiga “pepe
rápido”, isto devido ao facto de também não ter mais amigos.
A cabelo armado, assim como a “pepe
rápido”, é o tipo de pessoa que tira fotos de cima para baixo, com o telemóvel
de maneira a que se possa ver o decote.
Ela quer que se veja com muita clareza que
se trata de mamas, consideravelmente simpáticas... mas atenção! não quer que
haja tarados a pedir em amizade. Ela encontra-se a tirar a foto desta forma
para dizer ao mundo que tem uma densidade poética muito bonita, o mundo é que
as entende com a braguilha.
Porém, esta é uma pessoa com uma
imaginação fértil, e no auge de uma epifania intelectual, chega mesmo a tirar
fotos do pescoço para baixo que expressam claramente, passo a citar, “ olá comunidade cibernética, eu a nível de
cara pareço um motor de um trator, mas no que concerne às mamas estou aqui muito
bem fornecida. Portanto se tiverem um saco do lixo preto para me taparem o
focinho, até podemos ter uma amizade interessante.
Uma vez que é detentora de um corpo que
considera, na sua consciência distorcida,
ideal, gosta de dar conselhos de exercícios a quem não precisa. É também
interessante a sua tendência para se vangloriar do seu desempenho no
ginásio, para centralizar em si, as
atenções
Porém, há que relembrar que estes dois
seres são apenas uma amostra ilustrativa de uma realidade triste que se vive,
não só na minha universidade, como no país inteiro. Bem, e se me atrevo a
dizer, no mundo.